
Roupas & Acessórios: o poder da comunicação não verbal na Marca Pessoal
Você já observou como uma peça de roupa pode mudar não só o que os outros veem, mas também como você pensa, age e é percebido?
E, no ambiente corporativo, essa influência vai muito além do estilo, ela pode fortalecer ou sabotar sua Marca Pessoal.
Muitos profissionais se vestem inadequadamente e acabam sabotando sua imagem, mesmo sendo especialistas em sua área/atividade, falham por uma mensagem inapropriada para o local e situação que estão presentes.
Seja um usar um terno em um evento na praia ou uma roupa super casual em um evento de alta formalidade, a vestimenta até pode estar correta, mas não para o local e ocasião.
Existem roupas e acessórios que são sabotadores de imagem no ambiente corporativo especificamente, em outro lugar o look pode ser totalmente adequado.
É bem comum as empresas que atendo pedirem orientações para colaboradores (as) sobre roupas curtas, decotadas, transparentes, muito justas, rasgadas…
Sejam masculinas ou femininas, estas peças, normalmente, conferem uma imagem de sensualidade e essa mensagem não condiz com o ambiente corporativo, concordam?
Usamos a mesma roupa para trabalhar e para sair à noite para baladas ou para um date?
A mensagem que desejamos passar é diferente, certo?
Como podemos usar a mesma roupa para expressar mensagens tão diferentes? 😊
Muitas vezes as pessoas nem sabem que transmitem informações com sua vestimenta que não estão de acordo com a a mensagem que desejam comunicar ou até mesmo nem sabem qual mensagem desejam transmitir…
Você sabe o que deseja transmitir através de sua imagem?
Um dia desses ao passar por uma consulta, a médica estava vestida com roupas vermelhas (em tom vibrante) e usava um par de botas pretas de verniz (material que brilha), confesso que foi muito estranho…
Vou mostrar porque vestimenta e acessórios são formas poderosas de comunicação não verbal e como torná-los aliados da sua imagem profissional de forma estratégica.
O que é Enclothed Cognition e porque é importante
“Enclothed Cognition” é um conceito desenvolvido pelos psicólogos Hajo Adam e Adam D. Galinsky (Northwestern University) que descreve como vestir uma peça de roupa carrega dois componentes que impactam nosso estado psicológico: a experiência física de usar a roupa e o significado simbólico que atribuímos a essa roupa.
Um experimento que identificou essa afirmação:
Pessoas que usaram jaleco branco descrito como “jaleco de médico” tiveram desempenho superior em tarefas de atenção seletiva, comparado com aquelas que usaram o mesmo jaleco descrito como “jaleco de pintor” ou apenas o viram sem usá-lo.
Só vestir não bastava, era essencial acreditar no contexto simbólico da peça.
Dessa forma, podemos considerar que a roupa que usamos influencia cognição, percepção de cuidado, atenção, postura mental, não apenas como os outros veem, mas como nós nos comportamos.
Evidências específicas ligadas à Liderança
O estudo “Clothes Make the Leader!” (Journal of Business Research, 2021) mostra que líderes que usam roupas formais tendem a ser percebidos como mais pertinentes ao papel de liderança;
Porém, quando líderes rompem expectativas visuais, por exemplo vestidos menos formais em ambientes mais casuais, isso pode aumentar a percepção de carisma e receber mais aprovação.
No entanto, cabe observar se há um excesso de informalidade para não comprometer sua credibilidade.
Uma pesquisa da Columbia Business School fala sobre formas não verbais pelas quais os líderes sabotam involuntariamente sua comunicação, dentre elas estão as falhas de imagem visual (roupas desalinhadas, descuido nos acessórios e nos cuidados pessoais) como alguns dos sabotadores identificados.
Práticas para transformar roupas e acessórios em aliados da sua marca pessoal
- Escolha simbólica consciente: antes de vestir algo importante (reunião, apresentação, evento), avalie: aquele traje/acessório comunica o que desejo que vejam em mim? Ele reforça autoridade, acolhimento, criatividade ou outro valor que quero mostrar?
- Coerência entre visual e papel: alinhe seu vestuário com o cargo, com a cultura da empresa e com seus objetivos de imagem. Se quiser transmitir liderança, competência, controle, o formal ou o clássico têm peso e, para papéis de inovação ou criatividade, uma peça diferenciada, contemporânea pode ajudar, mas com intencionalidade.
- Atenção aos detalhes: adaptação de comprimento, ajustes de caimento, conservação das peças. Importantíssimo o uso de acessórios e que estejam em harmonia com o conjunto
- Uso de cores e contraste: neutros para uniformidade e sobriedade; toques de cor e estampas para destacar pontos de foco considerando com seu estilo (lenço, gravata, sapato – mais formal ou mais criativo). Importante: contraste harmonioso, não choque visual.
- Postura + expressão + alinhamento verbal: não adianta escolher bem o visual se ao apresentar algo, a postura for desleixada ou o olhar evitar contato. A congruência comunicativa entre traje + linguagem corporal + voz + expressão facial reforça a mensagem desejada.
O visual como parte integrante da Comunicação não verbal
Ao invés de encarar roupas e acessórios sem cuidado e atenção, líderes conscientes e profissionais que conhecem bem a importância de sua imagem, reconhecem que essas escolhas silenciosas têm poder real sobre como os outros nos veem, sobre como nos sentimos e até sobre como pensamos e agimos.
“Toda roupa quer dizer alguma coisa. É uma escolha individual que mostra como você quer ser visto e avaliado.” Gloria Kalil – Livro Chic(érrimo)
A imagem não verbal não é detalhe, é parte crucial da construção da sua Marca Pessoal, quando bem usada, ela fortalece credibilidade, facilita conexões e torna sua presença profissional memorável.
Agradeço a leitura do artigo e vou adorar receber seus comentários sobre o tema! 😊
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Abraços 🙂